Os 30 melhores livros infantis do ano – 2022

Liberdade para ser criança, o cuidado com o outro, entender-se como natureza, viver as diversidades da infância em meio a obras de grande poder criativo: esta é a viagem que convidamos você a fazer. Venha!

“No aeroporto, o menino perguntou:
– E se o avião tropicar num passarinho?
O pai ficou torto e não respondeu.
O menino perguntou de novo:
– E se o avião tropicar num passarinho triste?
A mãe teve ternuras e pensou: Será que os absurdos não são as maiores virtudes da poesia? Será que os despropósitos não são mais carregados de poesia do que o bom senso?
Ao sair do sufoco, o pai refletiu:
Com certeza, a liberdade e a poesia a gente aprende com as crianças. E ficou sendo.”

Essa é a abertura de Exercícios de Ser Criança, um dos livros mais marcantes do poeta mato-grossense Manoel de Barros, que nos deixou em 2014. Ele conta: “precisei fazer estes Exercícios de Ser Criança porque só tenho 80 anos e muita infância”. Uma nova edição do livro foi lançada pela Companhia das Letrinhas no ano passado, com ilustrações de Fernanda Massotti e Kammal João, e ela compõe a nossa lista dos 30 Melhores Livros Infantis do Ano.

Como o nosso poeta brinca com os sentidos de infância, nada mais justo que abrirmos a 17ª edição com esta obra. Afinal, a literatura é este “exercício de ser” e, para nossa sorte, temos a oportunidade de ver esses encontros de linguagens para narrar histórias – em palavras, em imagens, em design – feitos por grandes artistas brasileiros e estrangeiros que povoam (ou deveriam povoar) as prateleiras das infâncias de todas as idades deste país.

Pedimos licença também para comemorar um acontecimento: nossa sociedade, finalmente, parece ter mais forças para lutar por uma educação antirracista. Dos 30 livros, 12 têm alguma representatividade negra e indígena, ou na autoria ou no enredo. Ainda precisamos avançar muito, claro, mas, além disso, são 18 obras escritas por brasileiros, acompanhadas de sensíveis livros que importamos da produção de outros países. Essa mistura de lugares, pontos de vista, traços e jogos com as palavras é o que nos enche de orgulho de fazer parte da divulgação dessa arte tão potente para mudar mundos. Preparados?

Confira a lista completa abaixo:

1. O DESAFIO (E A BELEZA) DE SER CRIANÇA

 (Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

Exercícios de ser criança

Em 1999, o poeta mato-grossense Manoel de Barros, uma das joias de nosso país, lançou seu primeiro livro para crianças. É curioso pensar sobre isso, uma vez que Manoel nos parece infância o tempo todo, com seu olhar para o simples da vida como algo espantoso e digno de virar “matéria de poesia”. Na primeira edição, duas histórias vinham acompanhadas dos bordados das Ângela Martha e Sávia Dumont, com desenhos de Demóstenes Vargas, e que marcou bibliotecas por estas duas décadas. Desta vez, é na companhia de Fernanda Massotti e Kammal João que vêm O Menino Que Carregava Água Na Peneira, sobre um garoto que reparava no pequeno da vida; e A Menina Avoada e a relação de dois irmãos que imaginam tudo a partir de um caixote.

Autores: Manoel de Barros, Fernanda Massotti e Kammal João
Companhia das Letrinhas
R$ 54,90
A partir de 5 anos

companhiadasletras.com.br

 (Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

A pequena Lana

Quando crianças, o tamanho faz muita diferença, né? Ao lado de um mundo tão diverso, às vezes, nos sentimos pequenos, às vezes, grandes. Lana é assim também. Em muitos dias, acorda pronta para salvar o planeta com seu regador de plantas; mas, em outros, sente-se sozinha e chora de vontade de ter um amigo especial. E não é que ele aparece como um vizinho novo? Silvana Rando, premiadíssima autora e queridíssima dos pequenos, conta que se inspirou numa história da infância para narrar esta. Seu traço bem-humorado, cheio de detalhes nos desenhos, vai fazer os pequenos (mesmo quando grandes) não quererem largar o livro.

Autora: Silvana Rando
Brinque-Book
R$ 49,90
A partir de 2 anos

brinquebook.com.br

 (Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)


O que o crocodilo diz?

Neste livro da coleção Literatura de Colo, um adorável crocodilo acorda e deve enfrentar o desafio do dia: ficar na escola com os amigos. Para narrar esse cotidiano, o recurso da autora italiana Eva Montanari é colocar um monte de barulhinhos: o despertador toca driing-driing, o crocodilo diz buáááááááá, o livro faz “era uma vez”, e por aí vai! Inspirada no filho, Ruggero, a delicadeza do traço de Eva, que tem livros por 16 países, completa a identificação com o que é mostrado e pode encher de fofura o dia do leitor.

Autora: Eva Montanari
Tradução: Daniela Padilha
Jujuba
R$ 54,90
A partir de 6 meses

jujubaeditora.com.br

 (Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)


Eu falo como um rio

Autobiográfica, esta belíssima obra assinada por dois artistas canadenses usa a metáfora do fluxo do rio como forma de entender a instabilidade da linguagem, motivo de “manhãs sempre difíceis” quando a boca do menino – que é gago –  “não quer funcionar”. Ele, no entanto, tem um pai especial que o leva “para um lugar sossegado”, um rio, onde observam a água “borbulhante, rodopiando, agitada e quebrando”, assim como sua fala. “Até o rio gagueja. Assim como eu.” É o tempo das palavras como um tempo de compaixão.

Autores: Jordan Scott e Sydney Smith
Tradução: Julia Bussius
Pequena Zahar
R$ 54,90.
A partir de 5 anos

companhiadasletras.com.br

2. PORQUE SOMOS TODOS NATUREZA

 (Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

Oikoá

“Dois autores ou cinco?”é o primeiro estranhamento que temos com este livro . “Mas o que vem por dentro?”, “O que significa Oikoá?”, nos perguntamos. E é assim que começa a viagem aqui. Criada por Felipe Valério e Luise Weiss, é escrita em textos e imagens em três idiomas que se conjugam: português, Guarani Mbya e Mẽebêngôkre. E os desenhos parecem até uma quarta língua. O livro é um grande poema que nos coloca junto como flor, borboleta, peixe, rio. No final, palavras e traduções e um texto de Maria Cristina Troncarelli, antropóloga e especialista em educação indígena, e dos professores Tupã Mirim Werá, Bepo Mẽetyktire e Paimu Muapep Trumai Txucarramãe, consultores na criação e na tradução.

Autores: Felipe Valério, Luise Weiss, Maria Cristina Troncarelli, Tupã Mirim Werá, Bepo Mẽetyktire e Paimu Muapep Trumai Txucarramãe
ÔZé Editora
R$ 60
A partir de 3 anos

ozeeditora.com

 (Foto: Divulgação)
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O protesto

“Tudo começou quando um pássaro deixou de cantar.” Esse é o início da saga narrada pela portuguesa Eduarda Lima. Depois desse dia, as outras aves também pararam seu canto, gatos, cães, insetos, vacas, gorilas e todos os animais se calaram. Ninguém mais queria saber dos humanos. Essa espécie de pacto virou notícia nos jornais pelo mundo, e as crianças – claro – se recusaram a ir para a escola. Até que, um dia, encontrou-se o problema. Nesta fábula, digamos, nascida na urbanidade, são os bichos que nos dão o alerta necessário para lembrarmos o ritmo da natureza na qual estamos inseridos. Ao final, abra a capa e a contracapa apoiando na estrutura firme do livro, observe quem o olha nos olhos e, de uma vez por todas, decida se vai aceitar o convite ou não.

Autora: Eduarda Lima
Pequena Zahar
R$ 44,90
A partir de 4 anos

companhiadasletras.com.br

 (Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)


Uma planta muito faminta

Certa vez, o autor Renato Moriconi presenciou o momento em que uma mosca entrou pela boca de seu amigo Paulo, dono de um restaurante vegetariano. Pronto: da cabeça inventiva do artista plástico — e um dos autores de livros ilustrados mais premiados do Brasil — saiu uma história incômoda e divertidíssima. Tudo começa com uma linda plantinha nascida em um dia de Sol. Mas o astro-rei não foi suficiente para nutri-la e, carnívora que era, foi atrás de comida: primeiro uma lagarta, depois a borboleta; em seguida, uma aranha e depois um coelho, um ginasta, uma vaca paraquedista, uns alienígenas… uau, onde isso tudo pode parar? Confira você mesmo! A obra também funciona como uma homenagem e referência assumida a um grande autor que se foi em 2021: Eric Carle, criador do clássico Uma Lagarta Comilona.

Autor: Renato Moriconi
Companhia das Letrinhas, R$ 44,90
A partir de 3 anos

companhiadasletras.com.br

3. AS FAMÍLIAS E AS NOSSAS IDENTIDADES

 (Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

Mesma nova história

Como se compõe o amor entre um neto e uma avó? Como se dá uma relação em que a memória prega peças e o convívio alivia tudo? Nesta comovente história, uma senhora morava sozinha até que a família notou mudanças: primeiro, ela se esqueceu de como apagar a luz, ir ao mercado, fazer comida; depois, passou a achar a água do vaso sanitário encantada. Entenderam que ela precisava de companhia constante e o menino ficou na função. Ele cuidava, mas queria mais saber do tablet do que das histórias que a avó repetia. Um dia, o menino achou no armário uma porção de brinquedos, e as histórias da avó passaram a ter elementos novos — e a vida dos dois se transformou para sempre.

Autores: Everson Bertucci, Mafuane Oliveira e Juão Vaz
Peirópolis
R$ 48
A partir de 5 anos

editorapeiropolis.com.br

 (Foto: Divulgação)
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Achou?

Ajuste a vista, prepare o poder perguntador e mergulhe nesta investigação. Neste adorável livro de Aline Abreu (premiada aqui na CRESCER com seu Quase Ninguém Viu e Menina Amarrotada), os pontinhos e risquinhos dos desenhos são bem pequenos e a diversão é imensa. Preste atenção da primeira à última página! Pequenas formigas nos levam a virá-las e procurar pelo bebê jacaré, um urso dorminhoco, um latido mais forte que outros e mais. A cada dupla, famílias brincantes prontas para nos confundir com detalhes, cores e movimentos inesperados. E sabe as formigas? Não pense que elas só estão aqui para conduzir a narrativa, não: tem mistério miúdo e colorido para descobrir.

Autora: Aline Abreu
Companhia das Letrinhas
R$ 44,90
A partir de 2 anos

companhiadasletras.com.br

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Um gorila

Se existe algo que sabemos sobre o autor britânico Anthony Browne é que ele ama falar sobre primatas. Gorilas, chimpanzés e orangotangos estão sempre povoando seus livros. Já vencedor do Prêmio Hans Christian Andersen (um “Nobel” para a literatura infantil mundial), agora ele traz uma obra para brincar de contar de 1 a 10, começando com um gorila, passando por seis gibões… Tudo isso com o traço que individualiza seus personagens, ao mesmo tempo em que nos coloca todos juntos num lugar só: “todos primatas, todos uma família, todos a minha família”, ele diz no final. E o que vem depois é um mundo inteiro de motivos para pensar.

Autor: Anthony Browne
Tradução
Ana Tavares
R$ 54,90
A partir de 2 anos

companhiadasletras.com.br

 (Foto: Divulgação)
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O tio + oito

Na guarda-capa — aquela extensão do livro que gruda a capa ao miolo —, a enorme família é apresentada com mãe, primos, tios etc. Um deles, no entanto, é o foco desta história: o tio Pedro, um poeta apaixonado por palíndromos. É aí que o escritor Caio Zerbini começa um jogo e tanto de palavras e frases que nos aproximam dessa família comum como a nossa, brincando conosco de ler de frente para trás e de trás para frente! E vem “é a mamada da mamãe”, “o galo nada no lago”, e muito mais. No meio de tudo, orgulho de estar junto, sempre que possível numa varanda ou na “sacada da casa”.

Autores: Caio Zerbini e Bruna Lubambo
Caixote
R$ 48
A partir de 7 anos

editoracaixote.com.br

 (Foto: Divulgação)
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Julián é uma sereia

Este livro mexeu com os leitores brasileiros em 2021. Da autora californiana, sua premiada obra de estreia distribuiu amor por aqui. Julián está com sua avó quando ele encontra belíssimas sereias no vagão do trem. Julián adora sereias. Mas muito mesmo e, chegando em casa, foi atrás de seu desejo e de sua imaginação. Assim, antes que sua avó entrasse no banho, disse em voz alta: “Vó, eu também sou uma sereia”. Pronto. Segue-se, então, uma série de desenhos do menino se arrumando com tudo que encontra pela casa, cortina virando rabo de peixe e tudo mais. Quando a avó sai do banho e dá de cara com a transformação, ela só tem uma coisa a fazer: mostrar que ele realmente pode ser quem quiser. Amor, afinal, tem limite, não.

Autora: Jessica Love
Tradução: Bruna Beber
Boitempo
R$ 53
A partir de 5 anos

boitempoeditorial.com.br

 (Foto: Divulgação)
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Por que choramos?

Na capa, uma chuva, uma poça. Pingos nos encaminham até uma conversa entre Mário e sua mãe. “Mamãe, por que a gente chora?”  É o tempo de virar mais uma página e somos levados a um universo entre metáforas e razões que a mulher expõe ao filho. Tristeza e raiva aparecem de cara. Mas as imagens poéticas vêm acompanhar um choro por não entender o mundo, pela falta de um abraço na hora certa, pelas lágrimas serem um bálsamo a dolorosos golpes da vida. O leitor vai se envolvendo com os exemplos até que é chuva por todo lado, pois ter boas conversas pode também ser motivo feliz para chorar! 

Autores: Fran Pintadera e Ana Sender
Tradução: Inês Castel-Branco
WMF Martins Fontes
R$ 59,90
A partir de 5 anos

wmfmartinsfontes.com.br

 (Foto: Divulgação)
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O sopro do leão

Era um dia de praia, nos mostram as imagens iniciais.
O narrador confessa que tinha medo da água do mar e, então, o pai decide que é hora de aprender a nadar. Mas logo se nota que, no livro do mineiro Marcos Bagno com a santista Simone Matias, a história é outra. Tem um avô doente, uma viagem adiada, muitos detalhes de uma casa-memória. Para avô e neto, o assunto é a boia que o menino acabou de comprar e que precisava de fôlego para encher, um sopro de leão. O pai e a avó ficam assustados, mas a cumplicidade entre os sopradores deu segurança para uma vida inteira. E nos fica a pergunta: o que tem da força de enfrentar a morte na fragilidade de se viver a vida?

Autores: Marcos Bagno e Simone Matias
Olho de Vidro
R$ 52,90
A partir de 6 anos

edicoesolhodevidro.com.br

 (Foto: Divulgação)
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Com qual penteado eu vou?

Aqui há, pelo menos, 100 anos de amor. O primeiro personagem que conhecemos é seu Benedito, o bisavô da narradora da história, motivo de uma grande festa por conta de seu centenário. Enquanto Kiusam de Oliveira nos envolve com o texto, Rodrigo Andrade vai nos fornecendo detalhes e emoções nas imagens: de uma casa sendo arrumada, de uma mãe preparando cuidadosamente o penteado da filha… E os pequenos combinaram que cada um ofertaria ao biso uma virtude, “a mais poderosa de cada um”. Segura a alegria!

Autores: Kiusam de Oliveira e Rodrigo Andrade
Melhoramentos
R$ 49
A partir de 4 anos

editoramelhoramentos.com.br

4. CUIDAR DO OUTRO COMO QUEM CUIDA DE SI

 (Foto: Divulgação)
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A travessia de Anatole

Na capa, uma paisagem desértica, um camelo observa e um homem (ou um menino?) descansa sobre as corcovas. Anatole (que tem o nascer do sol na origem grega do nome) e Adebayo (que é associado a “um dia de alegria”, em iorubá) são dois caminhantes e aventureiros. Encontram sereias, passam por cobras, enfrentam mares revoltos, ruas agitadas… Mas será que é isso mesmo? Anatole está atento, mas Adebayo dorme sem perceber nada? Quem viajou e quem sonhou? Vejam, então, o que os dois personagens têm em comum (dica: um deles segura nas mãos, no início da travessia; o outro, no final). Gilles Eduar, artista franco-brasileiro e um poderoso articulador das cores nos livros para a infância divide conosco um pensamento sobre amizade e refúgios necessários.

Autor: Gilles Eduar
Amelí
R$ 37
A partir de 2 anos

helloameli.com

 (Foto: Divulgação)
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Rã e sapo são amigos

Pode procurar, mas acho que você não vai encontrar uma dupla de amigos tão amigos como esta. Ou será que vai? Bem, estes dois estão prontos para tudo. A Rã é animada e faz de tudo para levantar o Sapo da cama, pois o sol está brilhando. Numa outra vez, é o Sapo que faz de tudo para narrar uma boa história para a Rã. Fora a aventura da carta que não chega nunca e de um banho de rio inesquecível. O autor norte-americano, que fez vários livros com esta dupla de personagens, publicou este em 1970. Dividido em breves capítulos, a leitura provoca uma mistura de riso e melancolia que pode acolher o leitor nos desafiantes modos de ser e de crescer.

Autor: Arnold Lobel
Tradução: Guilherme Semionato
Companhia das Letrinhas
R$ 54,90
A partir de 6 anos

companhiadasletras.com.br

 (Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)


Rio, o cão preto

A sul-coreana Suzy Lee, que acaba de vencer o “Nobel da literatura infantil”, o Prêmio Hans Christian Andersen, é muito querida pelos leitores brasileiros. Desde a trilogia Onda, Espelho e Sombra, lançada a partir de 2008, nos encantamos com seus traços a carvão. Aqui, ela nos traz Rio, um cão que na primeira ilustração aparece preso. Uma vizinha acompanhava tudo e bradou: “se for deixá-lo desse jeito, vou levá-lo comigo!”. Rio seguiu-a, e foi parar no carinho de dois irmãos, Montanha e Mar.  Um dia, as crianças têm de partir, e Rio conhece um outro tipo de falta e, talvez, o amor.

Autora: Suzy Lee
Tradução: Ara Cultural
Companhia das Letrinhas
R$ 54,90
A partir de 3 anos

companhiadasletras.com.br

Os olhos do jaguar (Foto: Divulgação)
Os olhos do jaguar (Foto: Divulgação)

Os olhos do Jaguar

Çahu (tatu) e o jaguar eram bem companheiros e faziam uma viagem juntos, mas o felino sempre provocava o amigo para ter motivo para devorá-lo. A brincadeira não terminou muito bem e, numa patada, çahu arrancou os olhos da fera. O jaguar ficou desconsolado. Quem o encontrava não mostrava boa vontade para ajudar o animal ferido. Não esperava, então, a disposição do pequeno inãbu (uma ave comum na Amazônia), que tinha um jeito de curá-lo. E o que ficou disso, o leitor conhece no final.

Autores: Yaguarê Yamã e Rosinha
Jujuba
R$ 42
A partir de 4 anos

jujubaeditora.com.br

 (Foto: Divulgação)
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Os invisíveis

Estavam todos ali no caminho do menino: o gari que deixava tudo limpo, pessoas que precisavam viver na rua, os trabalhadores que sustentavam um país, os idosos nos bancos da praça. Mas parecia que, aos olhos dos adultos de sua família, eram todos invisíveis. Ele mesmo, algumas vezes, se achava invisível também. O menino cresceu, seguiu sua vida predestinada e envelheceu. Apagou-se aos olhos de outros. Mas uma criança, assim como ele foi, estava prestes a fazer algo. O escritor Tino Freitas já havia lançado este texto em 2013, com ilustrações bem diferentes, e outro projeto gráfico com Renato Moriconi. Agora, ao lado dos traços em caneta esferográfica de Odilon Moraes, uma nova perspectiva abraça essa belíssima história.

Autores: Tino Freitas e Odilon Moraes
Companhia das Letrinhas
R$ 59,90
A partir de 6 anos

companhiadasletras.com.br

5. SOBRE CHEGADAS E PARTIDAS

 (Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

A professora da floresta e a grande serpente

Uma jovem professora está ansiosa para conhecer seu primeiro trabalho: um povoado chamado Delícias, bem no meio da Floresta Amazônica. Após uma longa viagem, com estradas esburacadas, quase teve seus preciosos livros molhados pelo rio, até encontrar as cerca de 50 famílias indígenas que moravam ali. Um dia, chuvas fortes fizeram a professora perder todos os seus livros, e foi, então, que ela notou como ganhara novas histórias. A escritora Irene Vasco é colombiana, filha de brasileira, e participa de muitos programas dedicados às comunidades indígenas. Juan Palomino é um ilustrador mexicano e filósofo e, ao lado de Irene, fez também Letras de Carvão, publicado aqui pela Pulo do Gato.

Autores: Irene Vasco e Juan Palomino
Tradução: Márcia Leite
Pulo do Gato
R$ 46
A partir de 6 anos

editorapulodogato.com.br

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Migrantes

Na página dos créditos do livro Migrantes, não há a categorização “literatura infantojuvenil” ou algo do tipo usado para a catalogação da obra no mercado editorial. Vemos, então, “migração” e, em outra divisão, a de “livro de imagens”. É forma ou conteúdo? Essa é uma das primeiras fronteiras que a autora peruana Issa Watanabe rompe para quem quer analisar essa impactante obra. A primeira imagem é de uma ave que carrega uma caveira. Ela se esconde atrás de uma árvore, como quem observa silenciosa, com um manto e uma valise nas mãos. Do outro lado das páginas abertas, animais antropomorfizados em fila, quando notamos referências a homens, mulheres e crianças saindo com seus pertences em uma mesma direção. É a morte que os acompanha ou a vida que insiste em resistir?

Autora: Issa Watanabe
Solisluna, Selo Emília, Livros da Raposa Vermelha
R$ 60
A partir de 5 anos

solisluna.com.br

 (Foto: Divulgação)
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Os livros de Maliq

As ilustrações da italiana Anna Forlati são um espanto. Da capa ao final, o leitor mergulha em um universo de imagens realistas, mas com uma atmosfera onírica remetendo aos livros que Maliq, o protagonista desta história, se envolve e se salva, até. Caçula de 20 irmãos, perde sua alegria após a morte da mãe. Tempos depois, é o pai que falece e, pequeno que era, Maliq é esquecido na divisão de bens. Sobram a ele os livros diversos que havia na casa e que foram jogados para fora. O menino, então, os organiza e cria, com eles, paredes altíssimas, teto, janela, tudo. Com eles, estudou, foi acolhido e seguiu.

Autoras: Paola Predicatori e Anna Forlati
Tradução: Isabella Marcatti
Pequena Zahar
R$ 49,90
A partir de 7 anos

companhiadasletras.com.br

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Barco de histórias

“Aqui.” O que seria essa simples palavra para quem está em um deslocamento que parece não ter fim? Esse é o mote deste livro canadense que se movimenta nas imagens com famílias caminhando em um frio intenso, carregando objetos pessoais. “Aqui”, então, pode ser uma xícara quentinha como um abraço; um cobertor para se aninhar. “Aqui” é uma jornada em que os elementos na imaginação das crianças podem ser outros tipos de refúgio e força para recomeçar. Posfácio de Vivianne Reis, criadora da organização humanitária I Know My Rights, que cuida de crianças refugiadas no Brasil.

Autoras: Kyo Maclear e Rashin Kheiriyeh
Tradução: Lígia Azevedo
Companhia das Letrinhas
R$ 44,90
A partir de 6 anos

companhiadasletras.com.br

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O dia em que meu prédio deu no pé

Um avô escreve uma carta a uma neta e os dizeres são difíceis de acreditar: é a história de um país em que os prédios, casas e edifícios célebres, como o  Museu Nacional, decidem ir embora. O povo só podia assistir a tudo e buscar novos locais para morar, muitos entre as matas e as florestas e, assim, entenderam um novo modo de viver. O escritor Estevão Azevedo se disse apoiado no sentimento de esperança para criar essa trama, e o ilustrador Rômolo D’ Hipólito jura que assistiu a uma casinha que deu no pé certa vez.

Autores: Estevão Azevedo e Rômolo D’ Hipólito
R$ 49,90
A partir de 6 anos

companhiadasletras.com.br

6. DA MÚSICA SE FAZEM LIVROS

 (Foto: Divulgação)
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De passinho em passinho

Otávio Júnior, vencedor do prêmio Jabuti de Melhor Livro Infantil com Da Minha Janela (em parceria com Vanina Starkoff), lança um livro com a intenção de não deixar ninguém parado. É o passinho, a dança periférica carioca que ganhou o mundo, o grande protagonista do livro. A gente lê e dança: seus pés parecem mágicos/suas pernas, feitas de molas/será que aprenderam na escola?/de dança?/de samba?/na educação física?/ou na educação artística?. Os traços fortes de Bruna Lubambo embalam os ágeis movimentos cheios de cor e, no final, nomes e passinhos para o leitor treinar! Otávio criou a história bem pertinho dos dançarinos cariocas, que acompanharam a produção do livro até a conclusão.

Autores: Otávio Júnior e Bruna Lubambo
Companhia das Letras
R$ 39,90
A partir de 3 anos

companhiadasletras.com.br

 (Foto: Divulgação)
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A bela adormecida do samba

Não aguenta mais o “e foram felizes para sempre?”. Aqui, o leitor vai morrer de amores por esta história, que tem referência conhecida, mas ingredientes diferentes. O barracão estava em festa, pois Bela havia chegado ao mundo. Os pais, Porta-Bandeira e Mestre-Sala, no entanto, andavam apreensivos com uma revelação do adivinho, o Ifá, que aconselhou deixar objetos cortantes longe da menina até que completasse 18 anos. Um dia, uma agulha cruzou o caminho da garota e ela e a comunidade carnavalesca adormeceram. Muito tempo depois, Jorge, um rapaz compositor e historiador, sentiu um chamado até um misterioso lugar, e tudo mudou para sempre. Sonia Rosa, a encantadora das histórias que chama de “literatura negroafetiva”, embala com Luciana Grether este amor digno de exibir em avenida.

Autoras:Sonia Rosa e Luciana Grether
Mazza Edições
R$ 35
A partir de 6 anos

mazzaedicoes.com.br

 (Foto: Divulgação)
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Concerto de piscina

Concerto de piscina com “c”? Hummm, lá vem coisa, pode pensar o leitor. É de Renato Moriconi? Hummm, vem aí alguma coisa “fora do lugar”. E eis que começamos a folhear as páginas e damos de cara e ouvidos com uma piscina vazia e, ao lado dela, um poderoso maestro. Da nuvem cheia, chuva para encher o buraco; na piscina, a barbatana de um tubarão; de repente, uma ilha, um polvo, uma onda, um pasto com bois, um… mas é maestro ou mágico? Não importa, pois, diante do livro mais musical e silencioso que você já viu, só vai querer aplaudir.

Autor: Renato Moriconi
Gato Leitor
R$ 48
A partir de 2 anos

gatoleitor.com.br

Orixás, mitos, histórias: o livro infantil como ato antirracista

Homem-bicho bicho-homem + O jabuti não tá nem aí (Foto: Divulgação)
Homem-bicho bicho-homem + O jabuti não tá nem aí (Foto: Divulgação)


Homem-bicho bicho-homem + O jabuti não tá nem aí

Pela primeira vez, a nossa lista dos 30 melhores livros recebe a indicação de dois livros dos mesmos autores e que fazem parte, claro, de uma mesma coleção e de uma mesma editora. São duas obras do selo Itamar Para Crianças, da Caixote, que expuseram ao mundo, em 2021, o lado escritor, divertido e sempre contundente de um dos mais importantes compositores brasileiros, o paulista Itamar Assumpção, falecido em 2003. No primeiro livro, é um contar com rimas inesperadas que brinca com características e a imaginação de peixe-boi a boto, passando por galinhas e carrapatos. No segundo, é a chance de conhecer um jabuti sossegado que tem muitas possibilidades e pressa nenhuma para viver. Ao lado das imagens incríveis, moventes e bem características do artista visual brasiliense Dalton Paula, com participação da poeta e amiga Alice Ruiz. A filha de Itamar, Anelis, expõe nos prefácios um pai apaixonado por bichos e sempre pronto para oferecer um quintal imenso às infâncias que acompanhou. No final, não conseguimos separar o que é poesia do que pode ser música, do que é para criança ou para todos: rompendo fronteiras, como Itamar sempre desejou.

Autores: Itamar Assumpção e Dalton Paula
Caixote
R$ 54 (cada)
A partir de 5 anos

editoracaixote.com.br

Jurados

– Adriana Camêlo Lucena, Franciele Almeida de Oliveira, Lilo Cecatto Lucchese, Maria Itelvina de Oliveira Prateado Costa, Nathália dos Santos Casagrande e Patricia Suzin são especialistas do Instituto de Leitura Quindim (RS), espaço de referência em literatura infantil e juvenil para a família brasileira.
– Alfredo Caseiro é jornalista e proprietário da Livraria Pé de Livro (SP).
– Alice Áurea Penteado Martha é doutora em Letras; professora permanente do programa de pós-graduação em Letras da Universidade Estadual de Maringá (PR).
– Ananda da Luz Ferreira é professora, pedagoga, pós-graduada em O Livro para a Infância pel’A Casa Tombada/Faconnect (SP); mestra em Ensino e Relações Étnico-Raciais (UFSB); doutoranda em Difusão do Conhecimento (UFBA/IFBA/UNEB).
– Anna Luiza Guimarães é jornalista, fundadora da Biblioteca Amarela (RJ) e pós-graduada em O Livro para a Infância pel’A Casa Tombada/Faconnect (SP).
– Beto Silva é pedagogo e psicopedagogo, consultor e assessor de projetos nas áreas do livro, leitura, literatura, juventude e inovação educacional. Criador das páginas @dedicoaosleitoresquevi @dedicoaoslivrosqueli.
– Claudia Amorim é jornalista e sócia da livraria infantojuvenil Malasartes (RJ).
– Cristiane Tavares é doutoranda em Educação e mestre em Crítica Literária (PUC-SP), coordena a pós-graduação Literatura para Crianças e Jovens no Instituto Vera Cruz (SP). Organizou, com Telma Weisz, o livro Literatura e Educação (Ed. Zouk).
– Daniela Yuri Uchino Santos é escritora, mestre e doutora em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa e Literatura Infantil e Juvenil pela FFLCH/USP.
– Denize Bianchi Silveira Carvalho é psicóloga, e Priscila Silveira Carvalho é administradora, e ambas são especializadas em literatura infanto-juvenil.
– Diana Navas é pós-doutora pela Universidade de Aveiro (Portugal), doutora pela USP e atua como coordenadora e professora do Programa de Pós-Graduação em Literatura e Crítica Literária da PUC-SP.
– Érica de Faria é formadora de professores e gestores em projetos ligados à formação de leitores e escritores. Professora dos cursos de Pedagogia e ­pós-graduação Literatura Para Crianças e Jovens, Instituto Vera Cruz (SP).
– Fabíola Farias é graduada em Letras, mestre e doutora em Ciência da Informação pela UFMG, com estágio pós-doutoral em Educação pela UFOPA. É leitora-votante da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.
– Fernanda Passamai é especialista em literatura infantojuvenil, graduada em Letras (FMU), mestre em Ciência da Informação (ECA/USP) e graduanda em Biblioteconomia (ECA/USP). É membro do Conselho do PMLLLB/SP e do Grupo de Pesquisa em Biblioeducação (GPEB/CNPq).
– Gislene Gambini, Camila Sena e Carolina Oliva são livreiras da Livraria Novesete (SP), especializada em títulos infantojuvenis.
– Inês De Biase é educadora formada pela PUC/RJ, especialista em leitura, trabalha com formação de professores. É coordenadora de Projetos de Leitura da Escola Parque.
– Isabela Zappa é pedagoga, psicopedagoga, mestre em educação, especialista em literatura infantojuvenil, consultora literária e formadora de professores e mediadores de leitura. Criadora do Na Corda Bamba, rede social sobre livros para pais e educadores.
– Joalisson Dantas é livreiro do setor infantil da livraria Martins Fontes Paulista (SP).
– Joana Oscar é professora, coordenadora na Coordenadoria de Educação Integral e Extensão Curricular da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Especialista em Educação das Relações Étnico-raciais, mestre em Educação, doutoranda em Educação pela UFRJ. Idealizadora do curso livre Onã Infâncias e Relações Étnico-raciais.
– João Cecantini é professor de Literatura Brasileira na Unesp – FCL Assis.
– Julia Souto e Tereza Grimaldi são pedagogas e idealizadoras da Livraria Miúda (SP).
– Lourdes Atié é socióloga e educadora. Como formadora de professores, utiliza a literatura infantil como inspiração. Coordenou a equipe de selecionadores de todas as edições do Prêmio Vivaleitura.
– Lucélia Martins de Souza é geógrafa, agente do brincar, educomunicadora e atua como professora da rede municipal de ensino de São Paulo, amante da literatura para a infância e incentivadora de ações para a formação de leitores literários.
– Luciana Bento é cientista social e pesquisadora de literaturas infantis, com ênfase em protagonismo negro e feminino. Criadora do projeto 100 Meninas Negras e fala sobre livros nos perfis @amaepreta e @quilomboliterario no Instagram. Mestranda em Educação (USP), mediadora de leitura e consultora de acervo em bibliotecas escolares.
– Malu Custódio Souto é proprietária da Livraria Companhia Ilimitada (SP), especializada em literatura infantojuvenil.
– Maria Angela Aranha é proprietária da Livraria Casa de Livros (SP), especializada em literatura infantojuvenil.
– Maria das Graças Monteiro Castro é professora do Curso de Biblioteconomia da UFG. Doutora em Educação, coordena o Laboratório LIBRIS/FIC/UFG. Presidente da Comissão Brasileira de Bibliotecas Escolares/Febab. Leitora/Votante do Prêmio FNLIJ desde 1991.
Maria de Remédios Ferreira Cardoso é diretora pedagógica da Educação Infantil da Escola Móbile (SP).
– Maria José Nóbrega é mestre em Filologia e Língua Portuguesa pela USP e consultora pedagógica de várias escolas e editoras de São Paulo.
– Maria Zilda Cunha é professora-doutora da USP nas áreas de Estudos Comparados de Língua Portuguesa e de Literatura Infantil e Juvenil, vice-diretora do Centro de Estudos de Literaturas de Língua Portuguesa da USP e líder do grupo de Pesquisa (CNPQ/USP) Produções Literárias e Culturais para Crianças e Jovens.
– Melissa Pomi é idealizadora e semeadora na Pomar Livraria e Brinquedos (GO), fundadora do Pomar Clube do Livro. Pós-graduanda no curso O Livro Para a Infância, n’A Casa Tombada/Faconnect (SP).
– Milena Ribeiro Martins é professora de Literatura da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pesquisadora da obra de Monteiro Lobato.
– Paola Pio da Costa é professora do colégio Maristinha Pio XII (DF) e dá consultoria em escolas e em projetos de leitura e literatura. Uma das idealizadoras da Puer-Leitura & Escrita para Crianças.
– Renata Junqueira de Souza é livre-docente em Metodologia de Língua Portuguesa, professora de Literatura Infantil na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Unesp – Presidente Prudente. Coordena o Centro de Estudos em Leitura e Literatura Infantil e Juvenil CELLIJ.
– Renata Rossi é jornalista, mediadora de leitura e atua como coordenadora do Programa de Formação de Leitura do A Taba (SP). Pós-graduada no curso O Livro Para a Infância, n’A Casa Tombada (Faconnect).
– Rosa Maria Ferreira Lima é bibliotecária, especialista em leitura e formação de leitores, coordenadora estadual do Proler (MA) e votante da FNLIJ.
– Roseane Serrão dos Santos é graduada em Letras, especialista em Língua e Literatura na Escola (UFPA) e em O Livro para a Infância pel’A Casa Tombada/Faconnect (SP). Criadora do perfil @debubuianaleitura.
– Silvia Casatle é pedagoga pela PUC-SP e mediadora de leitura no Colégio Santa Cruz (SP).
– Silvia Fortes é bibliotecária, formada pela Universidade Federal Fluminense – UFF. Atuando há mais de 10 anos na biblioteca escolar. Criadora da página @compartilhandolivroseleituras, no Instagram.
– Silvia Oberg é graduada em Letras (PUC-Campinas), doutora em Ciência da Informação e Educação (ECA-USP) e especialista em literatura infantil e juvenil (ECA-USP). Atua em programas de formação de mediadores de leitura, ministra cursos e oficinas de literatura, presta consultoria a editoras e é curadora de prêmios na área.
– Stela Maris Fazio Battaglia é historiadora com doutorado em Linguagem e Educação (USP), atuou por vários anos como resenhadora da Bibliografia Brasileira de Literatura Infantil e Juvenil, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.
– Vivian Curvello é historiadora, especialista em literatura infantil e juvenil pela UFF. É professora e diretora do curso de incentivo à leitura e à escrita Entrelinhas – Lugar de Ler, Pensar, Criar (RJ). É curadora literária na Livraria Pequeno Benjamin (RJ).
– Zenaide Denardi é contadora de histórias, atriz e apresentadora.

Família

Certamente você já ouviu falar essa palavra. Já nascemos em uma família. Pertenceremos a uma ou mais famílias durante a nossa vida. E como é legal ter uma família! Quantos sentimentos vem na sua cabeça quando você ouve, lê ou fala essa palavra? Família é amor, é felicidade, é união, é alegria!

Tela? Use com moderação pela criatividade do seu filho

Os eletrônicos fazem parte da vida contemporânea e não teremos como privar nossos filhos de seu uso para sempre. Inclusive o tempo de reclusão vivido na pandemia nos mostrou a potência que os eletrônicos e mídias digitais tiveram para a continuidade de muitos empregos, escolas e outras demandas da sociedade. Fato que provavelmente teria sido impossível há 10 ou 20 anos.

A magia de ensinar limites na criação dos filhos!

Renata Rangel

O que você irá aprender:

  • Estímulos adequados para o cérebro da criança aprender limites e impor seus próprios limites;
  • Como as crianças aprendem a estabelecer limites e respeitar o limite de outras pessoas;
  • Por que é importante auxiliar as crianças a perceberem o sentimento de outras pessoas;

Estes dias enquanto deslizava meus dedos sobre o feed do instagram deparei-me com um perfil que trazia como chamada a seguinte provocação: as crianças não precisam aprender limites e sim conviver com adultos que saibam reconhecer os seus próprios limites. No mesmo instante senti um certo desconforto,  o que viria antes, o ovo ou a galinha, ou melhor, será que todo adulto já foi um dia criança? 

É fato que a convivência com adultos que compreendam os seus próprios limites e dos outros é primordial para a aprendizagem da criança, pois essas são esponjas que captam todas as informações ao seu redor e a reproduzem, porém se perdermos a oportunidade de integrar em nossos filhos aprendizagens valiosas de convivência, possivelmente serão adultos que não reconhecem em si e nos outros o que estou considerando aqui como “limite”.

Gosto muito de considerar em qualquer estudo independente da linha de pesquisa a etimologia da palavra, sendo assim, limite, provém do latim limitis, um limite é uma divisão, seja física ou simbólica, marcando a separação entre dois territórios ou nações. Na psicologia, pode-se dizer que limite é a repressão de um comportamento, e que nem sempre esta repressão é negativa, pois estaremos neste caso, enquanto adultos, auxiliando a criança a conviver melhor nos ambientes aos quais será exposta no decorrer de sua vida.

De acordo com o desenvolvimento infantil, a forma como pais e tutores irão interagir com a criança, precisa necessariamente adequar-se a esta fase, pois estaremos nos comunicando com um indivíduo que borbulha mudanças físicas e cerebrais o que afetará o aspecto cognitivo e emocional, e se não bastasse, essa criança ainda depare-se com as alterações no meio em que convive, o que trará mais efetivamente relações que tornam-se cada vez mais complexas.

O que seria ensinar limites na criação dos filhos efetivamente, se não conscientemente auxiliá-los na compreensão, desde a primeira infância, que segundo a teoria piagetiana vai dos dois anos de idade aos sete anos, a desenvolverem a capacidade de entender e respeitar as próprias necessidades e ser acolhedor com as necessidades e capacidades dos demais.

É a partir desta compreensão que surge a necessidade de ajudarmos nossas crianças com empatia e autoconsciência. Entendo que estes aprendizados parecem extremamente subjetivos, porém vale lembrar que nos primeiros anos de vida o cérebro humano cresce aproximadamente 80%, e é nesse período que muitos especialistas afirmam que os estímulos adequados, auxiliam a desenvolver o grande potencial infantil. 

Quais seriam então os estímulos adequados para que o cérebro da criança se desenvolva e cresça com a habilidade de refletir comportamentos saudáveis, como neste caso, “ter limites” e “impor seus próprios limites”? 

A aprendizagem cerebral se dá a partir da experiência da criança, ou seja, tudo aquilo que ela vê, sente, experimenta, cheira, ouve. Cada vez que a criança usa um de seus sentidos, uma nova sinapse acontece, e o aprendizado se dá pela repetição destas boas experiências, e com os limites funciona da mesma forma, ou seja, cabe a você adulto ser consistente mais do que qualquer outra coisa, em relação ao comportamento que quer ver sua criança refletir.

Os pais e tutores precisam estar atentos às situações do dia a dia para que possam intervir no momento em que algo considerado problemático ocorra, pois como disse acima, a criança tenderá a reproduzir o que vivenciou em uma situação futura. 

Na prática, posso dizer, que as crianças nos oportunizam com situações constantes que possibilitam aprendizagens. Nós adultos não precisamos memorizar perguntas pré- estabelecidas, o nosso dever é tentar ao máximo nos conectar com os sentimentos e necessidades envolvidos em determinada ocasião. Quando usamos os sentimentos dos nossos filhos como um espelho do que o outro possivelmente está sentindo, ajudamos a criança a criar perspectiva, ou seja, ela começa a vincular suas próprias ações aos sentimentos que elas causam.

Quando respeitamos o espaço da criança ela começa a compreender que as regras são uma via de mão dupla, por exemplo:

  • Tocar no outro, mesmo que seja um simples abraço, só será possível se o outro permitir, assim como o outro não tocará em você de uma maneira que você não goste;
  • O que é divertido para mim pode não ser para o outro, sendo assim, este é o limite, se o outro não gosta, eu paro;
  • Quando alguém está falando ou dando instruções é preciso prestar atenção, pois isto garante que o outro também compreenda as minhas necessidades quando eu falar.

Em resumo, ensinar limites para nossas crianças significa levar a sério os limites que a criança vai expondo, nós adultos normalmente, mesmo sem percebermos não ouvimos o que a criança diz em situações e brincadeiras simples, como por exemplo: quando seu filho disser que não gosta de cócegas, pare imediatamente, pois assim, quando ele estiver em outras situações saberá impor o seu próprio limite. 

Empatia com as crianças é na prática

Segundo o dicionário Aurélio, comportamento é um “procedimento de alguém face a estímulos sociais ou a sentimentos e necessidades íntimos ou ainda uma combinação de ambos” e para entender o porquê dos comportamentos, devemos levar em consideração os pensamentos e as emoções das crianças. Quando falamos de crianças com comportamento empático, estamos falando de crianças capazes de imaginar os sentimentos dos outros e assim, os respeitar, preocupar-se e até ajudar o próximo.  

Para aprendermos sobre empatia, assim como para aprendermos qualquer coisa na vida, precisamos saber que se torna muito mais fácil a aquisição do conhecimento, quando o vivenciamos na prática, ou seja demonstramos empatia para com os outros, na frente de nossas crianças e quando estamos com o emocional em equilíbrio, isto é, quando nossas crianças estão com as emoções reguladas, essas boas emoções produzem os comportamentos que elas terão, os comportamentos reforçam os pensamentos e os pensamentos ativam as boas e saudáveis emoções. Assim como no esquema abaixo:

Nós como adultos podemos auxiliar as crianças nesse processo de aprendizagem do que é ter empatia, pois estudos evidenciam o quanto questões emocionais afetam o aprender! 

Veja agora algumas atitudes práticas que demonstram o nosso respeito pelas crianças e consequentemente agem como estímulos para aprender:

  • Proporcionar espaço de acolhimento e segurança.

Exemplo: Proporcionar momentos de diálogo em família, onde a criança possa conversar sobre os pontos mais legais e difíceis do seu dia, deixá-la dar opinião sobre assuntos e escolhas;

  • Auxiliar a criança a nomear seu sentimento, para lidar com ele de maneira mais leve e saudável.

Exemplo: Conversar com a criança sobre como ela percebe os sentimentos. Caso ela diga estar triste e queira chorar, pergunte o porquê! Uma excelente dica é pedir para que ela coloque as mãos na região do corpo onde ela sente a tristeza (barriga, cabeça, tórax…), então ainda com as mãos no local, questione qual é a cor deste problema, se ele está perto ou longe, se é grande ou pequeno, dessa forma você estará auxiliando a criança a voltar a um estado emocional regulado e provavelmente neste momento ela já não queira mais chorar. Diga frases positivas! Ofereça um copo de água! E também esclareça que está tudo bem, se ainda assim ela sentir vontade de chorar. Acolha! 

  • Oferecer estratégias para a criança perceber se o comportamento condiz com sua emoção e com o contexto.

Exemplo: Se cortei um papel mais que deveria, não há a necessidade de chorar, podemos encontrar uma solução, cortar outro papel, colar o que foi cortado demais…

  • Ajudar a criança a voltar para seu eixo de equilíbrio, pois durante o processo emocional, principalmente quando a criança sente raiva ou medo, as suas reações se voltam mais para o motor e menos para o pensar, ou seja, a criança pode correr, bater, fugir e até congelar.

Exemplo: Pense que a criança é uma floresta em chamas quando está chorando ou irritada, quando vemos fogo primeiramente pensamos em apagá-lo, ou seja, acalme a criança fazendo uma brincadeira, mudando de assunto, tomando água juntos, dando colo e depois disso, se necessário converse sobre o ocorrido.

  • Mostrar para a criança que somos iguais.

Exemplo: Se uma criança sente medo de escuro, podemos dizer para ela que quando éramos crianças sentimos também, mas que esse medo passou e está tudo bem em sentir medo.

  • Reconhecer as emoções nos outros e ter paciência com os colegas.

Exemplo: Estimular nas crianças o cuidado com os amiguinhos, se seu colega está chateado, o ajude na tarefa, chame ele para brincar, acompanhe seu amigo para tomar água e assim por diante.

Com todas as orientações aqui citadas, podemos perceber que a empatia com as crianças é na prática, ou seja, elas aprendem com a gente no dia a dia, na rotina familiar e tem em nós, responsáveis por elas, suas maiores referências, por isso trate a criança como se ela já fosse o ser mais gentil, corajoso, capaz e talentoso do mundo e ela se tornará!

Criando filhos confiantes e independentes

Viver no século XXI significa muitas vezes estar imerso em uma sociedade que cada vez mais nos traz incertezas e, consequentemente, faz que nos sintamos mais ansiosos. Que tudo muda o tempo todo no mundo, como diria a canção de Lulu Santos, já não é novidade para ninguém!   Criar filhos em uma era de impermanências tão constantes parece ser uma luta diária, sobre a qual a certeza da vitória pode nos causar ainda mais ansiedade.

Hoje estou aqui para compartilhar com a comunidade de famílias da Pongo Education os aprendizados que obtive a partir do conhecimento de um método chamado “Scaffold Parenting”, cuja tradução literal significa: Parentalidade Andaime. Talvez neste momento você já esteja pensando, mais um método para criar filhos… e isso pode parecer como mais uma fórmula mágica! Então eu sugiro uma respiração bem profunda e, a partir daí, eu lhe garanto que sim, quanto mais ferramentas positivas tivermos para agir em situações adversas, nesta longa jornada de criação dos nossos filhos, mais harmoniosa esta relação poderá ser, e, com certeza, este é um grande investimento de tempo e paciência!

Vamos voltar então ao tal de “Sca” alguma coisa. Todos aqui já devem ter visto uma construção. Muitas vezes durante esta obra precisamos chegar a determinados pontos que não alcançamos, então, é necessário montar uma estrutura que seja firme, resiliente e segura para que o trabalho seja executado com excelência! É neste momento que o andaime é uma peça fundamental, certo? 

A metáfora do “andaime” na educação dos nossos filhos pode ser considerada como uma ferramenta, que será utilizada para auxiliar nossas crianças a aprenderem novas estratégias, além do conhecimento que elas já trazem. 

O método foi desenvolvido por Harold S. Koplewicz, presidente e fundador do Child Mind Institute, uma organização não governamental, com sede em Nova York, Estados Unidos, hoje considerado um dos principais psiquiatras de crianças e adolescentes daquele país. 

De acordo com Harold, quando os filhos são pequenos, o papel dos pais é fundamentalmente proteger e reparar. Constantemente, pais devem estar atentos aos perigos que os ambientes oferecem, desde uma escada, até o interruptor da tomada. Os pais também são os responsáveis por organizar a vida social desta criança, desde levar a festinhas de aniversário, como ao médico, e assim por diante… Nesse caso, pode-se dizer que as crianças precisam de um secretário que seja integralmente responsável por todas as suas demandas. 

Em algum momento, sem aviso prévio, pais que antes conseguiam consertar tudo, já não são capazes de evitar algumas situações do cotidiano, como por exemplo, um menino de oito anos que está com dificuldades na aula de matemática e começa a achar que não é inteligente o suficiente, ou ainda, que tenha desafios em relacionar-se com os colegas da escola. Assim, os pais precisam assumir o papel de consultores para que a criança seja capaz de encontrar uma solução por si mesma. 

Acontece que muitos pais têm uma grande dificuldade em perceber que o seu papel mudou e, consequentemente, as ações também precisam ser modificadas: não se pode mais simplesmente consertar uma situação, agora é necessário entregar a estas crianças diversas ferramentas que possibilitem uma caminhada mais independente rumo a suas próprias conquistas.

Pais que costumam sempre dizer à criança o que ela deveria ou não fazer, estão impossibilitando que seus filhos tomem suas próprias decisões. 

Vamos então a exemplos práticos!

Sua filha foi excluída do grupo de colegas do qual sempre fez parte; você imediatamente liga para outras mães para saber o que aconteceu, ou começa a sugerir comportamentos. Pais que têm o perfil de “consertadores”, utilizam muito o termo: você deveria isto ou aquilo! Aparentemente esta atitude por parte dos pais é inofensiva, mas atente-se que, ao escolher o que seu filho deveria fazer, você está tirando dele a oportunidade de aprender a se defender em situações desafiadoras, o que pode vir a gerar ainda mais sofrimento na vida adulta.

No método sugerido por Harold, pais precisam incentivar e dar suporte para que seus filhos tenham a oportunidade de escolher qual ferramenta irão utilizar em determinada situação, e, certamente, a escolha (ainda que errada) faz parte desse aprendizado. Nesse momento é determinante o apoio, com questionamentos que levem à reflexão, pois a ideia não é simplesmente largar a criança por si mesma, e sim, guiá-la de forma mais assertiva. 

Acredito que tudo o que foi dito, de certa forma não é novo para muitos que estão fazendo esta leitura, mas garanto que entre o saber como devemos agir e o realmente agir no momento oportuno é o que faz de um conhecimento algo significativo para a vida!

Harold, então, traz alguns pontos relevantes a serem observados, como por exemplo, a “Zona de Crescimento”, ou seja, a criança, assim como o adulto, apresenta determinados estados psicológicos e, no dia a dia, cabe aos pais estarem atentos aos estados seguros, ou aos que alertem sobre algum perigo.

Provavelmente você já ouviu falar em “Zona de Conforto”. Quando a criança encontra-se neste estado, ela se sente segura e autossuficiente, e consegue realizar suas atividades sem auxílio dos pais ou professores, por exemplo. Estar nesse estado psicológico é importante, porém, sabe-se que, para que novos aprendizados aconteçam , muitas vezes é inevitável sentir o stress e a ansiedade do que está por vir! Os pais precisam então contribuir com as crianças na compreensão de que esse estado causador de caos é parte fundamental do processo para que se alcance a Zona de Crescimento, ou seja, novos aprendizados.

Então você deve estar se perguntando como fazer para sair da Zona de Conforto, que, apesar de aparentemente segura, não gera novos aprendizados, não auxilia no desenvolvimento de novas habilidades. Vigotsky, psicólogo russo, ao falar do desenvolvimento infantil, sugeria que os estímulos tanto vindo dos educadores quanto dos pais deveria vir da chamada Zona Proximal, ou seja, algo que a criança ainda não saiba fazer -e isso também diz respeito a educação emocional- mas que exija dela um esforço possível, para que consiga subir um pouquinho mais ao encontro da solução, que sim, irá gerar stress e ansiedade, mas ela conseguirá realizar.

Mesmo utilizando-se das estratégias (ou utilizando as estratégias) sugeridas até agora, é inevitável dizer que o fracasso também fará parte do crescimento e desenvolvimento de nossas crianças. Enquanto pais, devemos apoiar e elogiar as tentativas e deixar claro que sucesso e fracasso nada mais são do que lados de uma mesma moeda. 

O PODER DA ATENÇÃO POSITIVA!

No primeiro episódio do podcast “Histórias para aprender”, a Pongo traz uma reflexão importante para as famílias sobre o comportamento da criança. Toda criança obviamente gosta de brincar, no entanto ao finalizar as brincadeiras, normalmente os brinquedos ficam espalhados pelo quarto, quem dirá pela casa, o que pode vir a causar alguns transtornos leves, como por exemplo, não encontrar a peça de um brinquedo especial. Falaremos um pouco hoje sobre a atenção positiva em relação aos comportamentos que normalmente nós adultos consideramos “maus”, por não estarem adequados a padrões sociais estabelecidos. 

Autonomia na medida certa

Você sabe como estimular a autonomia de seu filho de acordo com a idade dele?

O primeiro ambiente coletivo que a criança convive é o familiar, é a sua casa e é nela que devemos começar a estimular a autonomia.

Ter autonomia é comandar-se para ações, conforme suas ideias, vontades e obrigações. Por tanto, uma criança autônoma é aquela que gradativamente passa a se responsabilizar, se auto perceber em relação as suas capacidades e limites e assim desenvolve sua autoconsciência e passa a ter senso de cuidado consigo e com o próximo, senso de pertencimento aos ambientes que convive, boa memória, tranquilidade e facilidade para encontrar soluções a problemas e destreza para situações inesperadas. 

As crianças possuem um papel ativo na construção de seu próprio conhecimento e podemos estimulá-las a serem autônomas, sendo o estímulo qualquer mudança na forma de sentir, pensar ou agir que seja relativamente duradoura, nesse contexto, o estímulo é o combustível para a autonomia!

A criança aprende realmente algo, quando o ambiente é estruturado, afetivo e estimulante; não se precisa forçá-la a ter atividades, basta ser sensível à sua natural curiosidade e ter bom senso. Para falar de autonomia, o erro se torna nosso amigo, pois ele acontece e a infância nos dá a oportunidade de tentativas e erros. Por essa razão não devemos condenar os erros das crianças, pelo contrário, devemos encarar como parte do processo de aprender, orientando para que seja feita uma análise das falhas e procurar soluções, encarando o erro como algo temporário e não definitivo, trazendo a segurança de que teremos sempre novas chances para tentativas, estimulando a paciência e trazendo junto com o erro, qualidades e pontos positivos que a criança consegue realizar, para que nos momentos de dificuldades e erros, elas possam escolher vir até nós ao invés de fugir de nós, pois quando a criança não é tratada com amor, mas sim pelo medo, ela não aprende a se amar, mas sim a se defender.

Agora de forma prática, veja uma simples lista de ações que seu filho pode ter autonomia em realizar sozinho:

2 a 3 anosColocar a roupa no cestoGuardar os brinquedos na caixa / cestoRegar plantas
4 a 5 anosArrumar a camaComer sozinhoTomar banho 
6 a 8 anosPreparar sanduícheAmarrar o próprio sapatoConferir as tarefas de casa