O PODER DA ATENÇÃO POSITIVA!

No primeiro episódio do podcast “Histórias para aprender”, a Pongo traz uma reflexão importante para as famílias sobre o comportamento da criança. Toda criança obviamente gosta de brincar, no entanto ao finalizar as brincadeiras, normalmente os brinquedos ficam espalhados pelo quarto, quem dirá pela casa, o que pode vir a causar alguns transtornos leves, como por exemplo, não encontrar a peça de um brinquedo especial. Falaremos um pouco hoje sobre a atenção positiva em relação aos comportamentos que normalmente nós adultos consideramos “maus”, por não estarem adequados a padrões sociais estabelecidos. 

Eu gostaria que nesse momento você imaginasse um comportamento do seu filho considerado inadequado e que causa muitos transtornos no dia a dia, enquanto vou redigindo, alguns já me vieram rapidamente à mente. Agora imagine que este comportamento que hoje tem o tamanho de um elefante, um dia foi uma formiguinha e dependendo da idade do seu filho, caso ele já esteja na segunda infância, começou lá na primeira infância, como o Tico, com os brinquedos esparramados pela casa após brincar. 

Quando a mãe do Tico, na primeira parte da história, pede para que ele guarde os brinquedos e depois relembra o filho por várias vezes que ele ainda não havia guardado e então, no outro dia os brinquedos estavam destruídos, é possível observar que a postura da mãe, apesar da voz suave, foi de autoridade, caso não tenha prestado muita atenção, peço que volte ao episódio. Felizmente, nas histórias de faz de conta, é sempre possível alterar o final, antes que o pior aconteça! Então, quando as crianças param de brincar, a mãe ativamente pega o cesto e em forma de brincadeira pede para que todos comecem a organizar os brinquedos e rapidamente um grande aborrecimento foi evitado. O que quero dizer com isso é que nós pais somos responsáveis pelo comportamento de nossos filhos, a nossa interação com as situações e demandas do cotidiano influenciam as respostas que nossas crianças irão nos dar. 

Pode ser que você não tenha gostado muito de ler que é responsável pelo comportamento da sua criança, quero lhe assegurar que nesse caso, ser responsável é libertador, pois desta forma será possível modificar ao que cabe a você para que a criança também consiga ajustar a parte dela.

Mas afinal de contas, o que é mau comportamento?

Minha sugestão é que se olhe para o mau comportamento como uma habilidade talvez ainda não adquirida pela criança, onde o próprio desenvolvimento cognitivo, consequentemente cerebral, ainda não está pronto para agir com mais sabedoria em determinadas situações, e se é desta forma muitos adultos mesmo com o cérebro maduro ainda utilizam de disputa de poder, comunicação ineficiente e assim por diante.

Eu gosto muito de dizer, que é muito possível, que a criança esteja apenas agindo como criança, em alguns casos, nada mais é do que um pedido de ajuda, que deve ser analisado de acordo com cada idade, considerando o que é adequado para a mesma, ou seja, uma criança de doze anos que se joga no chão do supermercado é muito diferente de uma criança de três anos com a mesma atitude.

Estudos mostram que sentir-se aceito e importante são algumas das necessidades básicas comuns a todos os seres humanos, de todas as idades e culturas. O comportamento, ou seja, aquilo que é visível aos nossos olhos, nada mais é do que a resposta de uma necessidade muitas vezes não suprida. Por esse motivo, minimizar um comportamento como sendo bom ou mau, pode não ser o mais adequado. No entanto, banalizar um comportamento com a frase popular “ela só está querendo chamar atenção”, não é prudente, pois sim, a criança quer atenção e muitas vezes a forma como a busca é indevida. Como então redirecionar esse comportamento para que elas consigam o que querem, mas de forma positiva?

A atenção parental é tão importante e necessária para o desenvolvimento cognitivo e emocional de nossas crianças, que qualquer comportamento que aumente essa atenção, mesmo que inadequado, irá perdurar se os adultos não souberem as estratégias para cessá-lo. A partir dessa premissa, entende-se que quanto mais atenção dermos ao que não queremos que nossos filhos façam, mais eles os farão. 

Nesse momento eu mesma me pego pensando! A punição de comportamentos não funciona? Errado, funciona, é só olharmos as teorias comportamentais clássicas no entanto, não é a forma mais saudável de resolvermos a situação e se nossos pais agiam dessa forma, muito possível que não tinham acesso aos conhecimentos que temos hoje, ou seja, não se trata somente de não punir algo, ou dar atenção àquilo que não desejamos, mas sim mudarmos efetivamente a nossa parentalidade.

Vamos praticar?

A atenção positiva pode vir vestida de várias formas, beijos, abraços, olhares, recompensas, e como falei no início, precisa ser adequada a idade da criança, porém a ideia é sempre a mesma.

Deixar claro para criança qual comportamento está sendo positivado irá contribuir para que o mesmo seja replicado. 

Ao invés de dizer, “ótimo trabalho”, diga, “achei muito legal você ter guardado os seus brinquedos no lugar que combinamos”. “Parabéns”, “eu percebi que hoje você chegou do treino e foi imediatamente tomar seu banho sem levar o celular, fiquei muito feliz.” 

Quero mostrar aqui que os pais não precisam memorizar uma tabela, ao invés disso, diga isso, e sim entender que quanto mais específico for mais verdadeira será essa atenção positiva. Para isso acontecer é necessário estar atento aos combinados anteriores. Educar nossas crianças exige tempo, sabedoria, estudo, é um trabalho árduo e diário, mas, que não tem mas, ou seja, é sempre a soma de frutos positivos, claro, se assim o plantarmos.

Deixe um comentário