Empatia com as crianças é na prática

Segundo o dicionário Aurélio, comportamento é um “procedimento de alguém face a estímulos sociais ou a sentimentos e necessidades íntimos ou ainda uma combinação de ambos” e para entender o porquê dos comportamentos, devemos levar em consideração os pensamentos e as emoções das crianças. Quando falamos de crianças com comportamento empático, estamos falando de crianças capazes de imaginar os sentimentos dos outros e assim, os respeitar, preocupar-se e até ajudar o próximo.  

Para aprendermos sobre empatia, assim como para aprendermos qualquer coisa na vida, precisamos saber que se torna muito mais fácil a aquisição do conhecimento, quando o vivenciamos na prática, ou seja demonstramos empatia para com os outros, na frente de nossas crianças e quando estamos com o emocional em equilíbrio, isto é, quando nossas crianças estão com as emoções reguladas, essas boas emoções produzem os comportamentos que elas terão, os comportamentos reforçam os pensamentos e os pensamentos ativam as boas e saudáveis emoções. Assim como no esquema abaixo:

Nós como adultos podemos auxiliar as crianças nesse processo de aprendizagem do que é ter empatia, pois estudos evidenciam o quanto questões emocionais afetam o aprender! 

Veja agora algumas atitudes práticas que demonstram o nosso respeito pelas crianças e consequentemente agem como estímulos para aprender:

  • Proporcionar espaço de acolhimento e segurança.

Exemplo: Proporcionar momentos de diálogo em família, onde a criança possa conversar sobre os pontos mais legais e difíceis do seu dia, deixá-la dar opinião sobre assuntos e escolhas;

  • Auxiliar a criança a nomear seu sentimento, para lidar com ele de maneira mais leve e saudável.

Exemplo: Conversar com a criança sobre como ela percebe os sentimentos. Caso ela diga estar triste e queira chorar, pergunte o porquê! Uma excelente dica é pedir para que ela coloque as mãos na região do corpo onde ela sente a tristeza (barriga, cabeça, tórax…), então ainda com as mãos no local, questione qual é a cor deste problema, se ele está perto ou longe, se é grande ou pequeno, dessa forma você estará auxiliando a criança a voltar a um estado emocional regulado e provavelmente neste momento ela já não queira mais chorar. Diga frases positivas! Ofereça um copo de água! E também esclareça que está tudo bem, se ainda assim ela sentir vontade de chorar. Acolha! 

  • Oferecer estratégias para a criança perceber se o comportamento condiz com sua emoção e com o contexto.

Exemplo: Se cortei um papel mais que deveria, não há a necessidade de chorar, podemos encontrar uma solução, cortar outro papel, colar o que foi cortado demais…

  • Ajudar a criança a voltar para seu eixo de equilíbrio, pois durante o processo emocional, principalmente quando a criança sente raiva ou medo, as suas reações se voltam mais para o motor e menos para o pensar, ou seja, a criança pode correr, bater, fugir e até congelar.

Exemplo: Pense que a criança é uma floresta em chamas quando está chorando ou irritada, quando vemos fogo primeiramente pensamos em apagá-lo, ou seja, acalme a criança fazendo uma brincadeira, mudando de assunto, tomando água juntos, dando colo e depois disso, se necessário converse sobre o ocorrido.

  • Mostrar para a criança que somos iguais.

Exemplo: Se uma criança sente medo de escuro, podemos dizer para ela que quando éramos crianças sentimos também, mas que esse medo passou e está tudo bem em sentir medo.

  • Reconhecer as emoções nos outros e ter paciência com os colegas.

Exemplo: Estimular nas crianças o cuidado com os amiguinhos, se seu colega está chateado, o ajude na tarefa, chame ele para brincar, acompanhe seu amigo para tomar água e assim por diante.

Com todas as orientações aqui citadas, podemos perceber que a empatia com as crianças é na prática, ou seja, elas aprendem com a gente no dia a dia, na rotina familiar e tem em nós, responsáveis por elas, suas maiores referências, por isso trate a criança como se ela já fosse o ser mais gentil, corajoso, capaz e talentoso do mundo e ela se tornará!

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