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A magia de ensinar limites na criação dos filhos!

Renata Rangel

O que você irá aprender:

  • Estímulos adequados para o cérebro da criança aprender limites e impor seus próprios limites;
  • Como as crianças aprendem a estabelecer limites e respeitar o limite de outras pessoas;
  • Por que é importante auxiliar as crianças a perceberem o sentimento de outras pessoas;

Estes dias enquanto deslizava meus dedos sobre o feed do instagram deparei-me com um perfil que trazia como chamada a seguinte provocação: as crianças não precisam aprender limites e sim conviver com adultos que saibam reconhecer os seus próprios limites. No mesmo instante senti um certo desconforto,  o que viria antes, o ovo ou a galinha, ou melhor, será que todo adulto já foi um dia criança? 

É fato que a convivência com adultos que compreendam os seus próprios limites e dos outros é primordial para a aprendizagem da criança, pois essas são esponjas que captam todas as informações ao seu redor e a reproduzem, porém se perdermos a oportunidade de integrar em nossos filhos aprendizagens valiosas de convivência, possivelmente serão adultos que não reconhecem em si e nos outros o que estou considerando aqui como “limite”.

Gosto muito de considerar em qualquer estudo independente da linha de pesquisa a etimologia da palavra, sendo assim, limite, provém do latim limitis, um limite é uma divisão, seja física ou simbólica, marcando a separação entre dois territórios ou nações. Na psicologia, pode-se dizer que limite é a repressão de um comportamento, e que nem sempre esta repressão é negativa, pois estaremos neste caso, enquanto adultos, auxiliando a criança a conviver melhor nos ambientes aos quais será exposta no decorrer de sua vida.

De acordo com o desenvolvimento infantil, a forma como pais e tutores irão interagir com a criança, precisa necessariamente adequar-se a esta fase, pois estaremos nos comunicando com um indivíduo que borbulha mudanças físicas e cerebrais o que afetará o aspecto cognitivo e emocional, e se não bastasse, essa criança ainda depare-se com as alterações no meio em que convive, o que trará mais efetivamente relações que tornam-se cada vez mais complexas.

O que seria ensinar limites na criação dos filhos efetivamente, se não conscientemente auxiliá-los na compreensão, desde a primeira infância, que segundo a teoria piagetiana vai dos dois anos de idade aos sete anos, a desenvolverem a capacidade de entender e respeitar as próprias necessidades e ser acolhedor com as necessidades e capacidades dos demais.

É a partir desta compreensão que surge a necessidade de ajudarmos nossas crianças com empatia e autoconsciência. Entendo que estes aprendizados parecem extremamente subjetivos, porém vale lembrar que nos primeiros anos de vida o cérebro humano cresce aproximadamente 80%, e é nesse período que muitos especialistas afirmam que os estímulos adequados, auxiliam a desenvolver o grande potencial infantil. 

Quais seriam então os estímulos adequados para que o cérebro da criança se desenvolva e cresça com a habilidade de refletir comportamentos saudáveis, como neste caso, “ter limites” e “impor seus próprios limites”? 

A aprendizagem cerebral se dá a partir da experiência da criança, ou seja, tudo aquilo que ela vê, sente, experimenta, cheira, ouve. Cada vez que a criança usa um de seus sentidos, uma nova sinapse acontece, e o aprendizado se dá pela repetição destas boas experiências, e com os limites funciona da mesma forma, ou seja, cabe a você adulto ser consistente mais do que qualquer outra coisa, em relação ao comportamento que quer ver sua criança refletir.

Os pais e tutores precisam estar atentos às situações do dia a dia para que possam intervir no momento em que algo considerado problemático ocorra, pois como disse acima, a criança tenderá a reproduzir o que vivenciou em uma situação futura. 

Na prática, posso dizer, que as crianças nos oportunizam com situações constantes que possibilitam aprendizagens. Nós adultos não precisamos memorizar perguntas pré- estabelecidas, o nosso dever é tentar ao máximo nos conectar com os sentimentos e necessidades envolvidos em determinada ocasião. Quando usamos os sentimentos dos nossos filhos como um espelho do que o outro possivelmente está sentindo, ajudamos a criança a criar perspectiva, ou seja, ela começa a vincular suas próprias ações aos sentimentos que elas causam.

Quando respeitamos o espaço da criança ela começa a compreender que as regras são uma via de mão dupla, por exemplo:

  • Tocar no outro, mesmo que seja um simples abraço, só será possível se o outro permitir, assim como o outro não tocará em você de uma maneira que você não goste;
  • O que é divertido para mim pode não ser para o outro, sendo assim, este é o limite, se o outro não gosta, eu paro;
  • Quando alguém está falando ou dando instruções é preciso prestar atenção, pois isto garante que o outro também compreenda as minhas necessidades quando eu falar.

Em resumo, ensinar limites para nossas crianças significa levar a sério os limites que a criança vai expondo, nós adultos normalmente, mesmo sem percebermos não ouvimos o que a criança diz em situações e brincadeiras simples, como por exemplo: quando seu filho disser que não gosta de cócegas, pare imediatamente, pois assim, quando ele estiver em outras situações saberá impor o seu próprio limite. 

Renata Rangel

Renata Rangel é fundadora da Pongo Education. Graduada em Letras Português Inglês pela Universidade Católica do Paraná, com Especialização em Metodologia da Língua Inglesa e Tradução é Especialista em Educação Transformadora Transdisciplinar com o apoio da Embaixada da Finlândia no Brasil. Renata Rangel têm 14 anos de experiência em sala de aula como professora docente de Língua Inglesa do Ensino Fundamental ao Médio. Possui ainda diversas formações livres em desenvolvimento humano. Atualmente é pesquisado em Psicologia Escolar e Neurociência e Comportamento.

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